O governo mexicano, liderado pela presidente Claudia Sheinbaum (Partido Morena), apresentou um pacote de medidas tributárias que já está gerando polêmica. Entre as propostas, destacam-se o aumento do Imposto Especial sobre Produção e Serviços (IEPS) para casas de apostas, bebidas açucaradas e tabaco. Além disso, um novo imposto de 8% sobre video games violentos ou para maiores de 18 anos também faz parte do pacote. O governo justifica a medida como forma de promover hábitos mais saudáveis e reduzir comportamentos de risco entre jovens. No entanto, críticos afirmam que o objetivo principal é arrecadatório.
A deputada federal Iraís Reyes, do Partido Movimento Cidadão (Centro-Esquerda), se posicionou contra o imposto sobre video games. Segundo ela, a proposta se baseia em argumentos ultrapassados, como a ideia de que “games tornam as pessoas violentas”. Além disso, ela afirma que a medida beira a censura e ignora a realidade do setor. “É hipocrisia de outros partidos que se dizem de esquerda concordarem com medidas que limitam a liberdade de expressão e o acesso à cultura digital”, declarou Reyes..
A única parte positiva do pacote
Embora o imposto sobre games seja ruim, o pacote também aumenta a tributação das casas de apostas de 30% para 50%. Essa mudança pode ajudar a reduzir danos sociais e econômicos ligados ao jogo. No entanto, especialistas alertam que a medida pode incentivar a pirataria. Além disso, pode prejudicar a indústria nacional de games, que faturou US$ 2,3 bilhões em 2024.
Estudos mostram que videogames não causam violência
Apesar do discurso oficial, vários estudos recentes indicam que video games violentos não levam a comportamentos agressivos na vida real. Pesquisas publicadas em revistas como Psychological Bulletin, assim como estudos de universidades renomadas, mostram que fatores como ambiente familiar, educação e saúde mental têm impacto muito maior. Portanto, tributar ou censurar games com base em premissas desatualizadas é injusto. Além disso, prejudica tanto a indústria quanto os jogadores.
O debate sobre o imposto reflete a tensão entre políticas públicas de saúde e a defesa da liberdade de expressão. Por enquanto, a proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Enquanto isso, continua gerando discussões entre autoridades, especialistas e a sociedade civil.