Skip to content
Games

Faleceu Rebecca Heineman, lenda da indústria dos games

Por Posted byYasmin Lima | Publicado em - Editado em

A indústria dos videogames perdeu uma de suas figuras mais influentes. Rebecca Heineman, programadora lendária e cofundadora da Interplay, morreu aos 62 anos após uma longa batalha contra o câncer. A confirmação foi dada por sua amiga Heidi McDonald, que publicou um tributo no BlueSky e reforçou a importância de manter viva a memória da desenvolvedora: “Minha amiga pioneira e incrível da indústria de jogos, Rebecca Heineman, faleceu. Que se dane o câncer. Amigos, não vamos nos esquecer dela.”.

Rebecca iniciou sua trajetória muito cedo. Em 1980, venceu o torneio nacional de Space Invaders aos 14 anos e entrou para a história dos eSports. Logo depois, ela estudou programação por conta própria e, assim, aprendeu engenharia reversa sem qualquer orientação formal. Dessa forma, abriu caminho para sua entrada no desenvolvimento profissional de jogos.

Ao longo dos anos, ela participou de diversos projetos importantes, mas um deles a consolidou definitivamente como lenda da indústria: o port de Doom para o console 3DO. A tarefa deveria ser feita por uma equipe completa, no entanto, ela assumiu praticamente todo o trabalho sozinha e entregou o port em poucas semanas, algo considerado impossível para o hardware limitado da época. Esse feito se tornou um dos maiores exemplos de sua genialidade técnica.

Nos anos 80, ela ajudou a fundar a Interplay ao lado de Brian Fargo, Jay Patel e Troy Worrell. A partir desse momento, sua carreira avançou rapidamente. Seus créditos incluem Wasteland, Fallout, Baldur’s Gate e The Bard’s Tale 3: Thief of Fate. Este último se tornou um marco pessoal importante, já que, segundo ela, o projeto a impulsionou a assumir funções de liderança. Em entrevista ao livro Women in Gaming, publicado em 2024, ela explicou que comandar o jogo a motivou a se tornar diretora de estúdio.

Posteriormente, em 1995, Rebecca decidiu deixar a Interplay para trabalhar em equipes menores. Ainda assim, continuou atuando em vários projetos e, além disso, assumiu o cargo de CEO da Olde Sküül. Enquanto isso, também manteve trabalhos como arquivista de software e criadora de conteúdo.

Defesa da inclusão e acessibilidade

Rebecca também se destacou fora da programação. Ela se tornou uma voz ativa na defesa da diversidade e da inclusão LGBTQ+ na tecnologia. Por causa disso, recebeu o Gayming Icon Award de 2025, que reconheceu sua dedicação e, principalmente, seu impacto sobre novos profissionais. Além disso, sua postura inspirou inúmeros jogadores ao longo de décadas.

Após receber o diagnóstico de câncer, ela criou uma página no GoFundMe para ajudar nos custos médicos e, posteriormente, no funeral. Em sua última mensagem, publicada em 17 de novembro, explicou que os médicos haviam encerrado as opções de tratamento. Em seguida, pediu doações para que sua família pudesse organizar um funeral digno e comentou que desejava se reunir com seu amor, Jennell Jaquays. Por fim, informou que sua filha, Cynthia Elizabeth Heineman, ficaria responsável pelos preparativos.

Diversos profissionais lamentaram a perda. Brian Fargo afirmou que ela foi uma das programadoras mais brilhantes que já conheceu. Além disso, ele relembrou as aventuras que viveram desde os anos 80 e destacou como sua amizade atravessou gerações. Outros nomes da indústria, como Rami Ismail e Josh Sawyer, também prestaram homenagens e, por sua vez, destacaram sua gentileza, sua mentoria e seu compromisso com a comunidade.

Por fim, Rebecca Heineman deixa um legado imensurável. Sua carreira, sua visão e sua luta por inclusão continuam inspirando desenvolvedores e jogadores em todo o mundo.

© 2025 - Isto é Videojogos. Todos os direitos reservados.